[eu caio e sacudo]

Há muito e muito tempo que venho, de blog em blog, falando sobre a minha completa ojeriza ao fato de que eu só sei amar demais. Não existe meio-termo, mais ou menos ou gostar com o tempo. Quando o assunto é esse, só funciona quando ponho o pé na jaca. Sem receios, sem medos, sem qualquer lembrança daquela última vez que doeu o suficiente pra que você desejasse a morte. Só a certeza de que, dessa vez, é bem maior que a última e assim sucessivamente.

Mas, assim como acontece com o amor que sinto pelo meu irmão, tenho o pensamento racional de que amar demais é um problema sério, visto sob a ótica do Rafael (como sempre). Primeiro, por conta do meu puta “complexo de superioridade direcionado à merdas”. Explico: não é um convencimento que faz com que eu fique fazendo ar de blasé para qualquer pessoa que tenha qualquer frescura comigo.

Eu me acho de pensar que sempre sempre sempre que a pessoa que eu ame tem um problema, a culpa é minha. Do tipo que um “A gente precisa conversar” desencadeia toda uma série de pensamentos pregressos sobre o que eu possa ter feito, sob que circunstância e blá blá blá. Mesmo com a consciência limpa, sabendo que não havia nada com o que se preocupar, fico encucado achando que aquela conversa será o início do fim.

E, na maioria das vezes (NA MAIORIA DAS VEZES) o problema é algo externo, distante, e o “A gente precisa conversar” significa “Quero conversar com você porque isso me acalma”. Mas, antes de saber disso eu já analisei todos os meus passos, minhas refeições, até as vezes em que fui ao banheiro pra saber se fiz alguma cagada [não literal] que justificasse a conversa. Bom, isso é só um exemplo, mas a minha gastrite entre numa lombra louca com ele.

O fato é que amar demais [e, é bom deixar bem claro, dá pra amar demais mesmo sendo correspondido] te deixa com muitas dúvidas sem sentido, típicas de quem está apaixonado, mas extremamente cansativas para alguém que, como eu, tem noção de o quanto elas são desnecessárias. Porque não é suficiente ouvir um “Eu te amo”? Não faço idéia. Mas é certo que, da mesma forma que a distância traz dúvidas, a proximidade retira toda preocupação e lá estou eu com raiva de novo de mim mesmo porque, não adianta, não fico com raiva de quem eu amo quando ela está por perto.

É um paradoxo constantemente renovado, ainda mais quando os problemas que te cercam acabam ficando restritos à situação do seu relacionamento. Sabe aquele lance de que o ser humano é um eterno insatisfeito? Então! Encontrar problemas onde eles não existem é uma dolorosa forma de não acreditar em tanta felicidade. Estranho demais, minha gente…

6 Respostas para “[eu caio e sacudo]

  1. calado fico, porque tu sabe e eu sei que isso nao se muda.

    só se entende e vive. 🙂

  2. “Encontrar problemas onde eles não existem é uma dolorosa forma de não acreditar em tanta felicidade”
    Teoria mais que comprovada da maior parte(MAIOR PARTE) das minhas merdas

  3. Acho que só se vive, jansen.
    Porque amor tb é coisa que não se entende mesmo..

  4. tu entendeu boa parte das loucura da Renata? :ooo

    doido, psicologo, urgente!, é sério ¬¬’

  5. “Encontrar problemas onde eles não existem é uma dolorosa forma de não acreditar em tanta felicidade”

    Belíssima frase! O grandeproblema dos momentosfelizes é esse: a gente tem a sensação de que se encontra num lugar único – e, portanto, estamos sozinhos… Parece que a gente se separa do resto da humanidade por alguns momentos. E aí é preciso achar um pêlo no ovo para que possamos voltar a nos reconhecermos nos outros…

  6. Acho que pior do que simplesmente ficar procurando problemas e ficar procurando problemas causados pela gente.

    Eu fico naquela de que, cada vez que meu chefe me chama, é para dar bronca. Ainda ontem foi assim e ele só queria me dar doce de leite que trouxe de Minas. E olha só, em 03 anos ele não deve ter me dado nem 03 broncas.

    Fico olhando minha filha e pensando no que eu vou fazer de errado e qual o efeito que isso vai ter nela. Coisa mais louca essa.

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